quinta-feira, 15 de maio de 2014

DISLIPIDEMIA




Definição
Na dislipidemia há alteração dos níveis séricos dos lipídeos. As alterações do perfil lipídico podem incluir colesterol total alto, triglicerídeos (TG), colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c) e níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade(LDL-c).
De acordo com o tipo de alteração dos níveis séricos de lipídeos, a dislipidemia é classificada como: hipercolesterolemiaisolada, hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-c).
A grande maioria do colesterol que temos circulando no sangue é fabricado pelo fígado. Só cerca de 30% vem da dieta, principalmente dos alimentos de origem animal (carnes vermelhas gordas, ovos, manteiga, queijos amarelos, etc.). As gorduras da dieta, sobretudo as gorduras saturadas influenciam os níveis de colesterol. Todas as gorduras são a mistura de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poliinsaturados. O que varia é a porcentagem de cada um desses ácidos graxos. Os ácidos graxos saturados e as gorduras trans elevam os níveis de colesterol ruim no sangue.
 O LDL-colesterol , lipoproteína de baixa densidade também conhecida como mau colesterol ou colesterol ruim transporta o colesterol do fígado para o sangue e para os tecidos. A outra, HDL-colesterol ou seja, lipoproteína de alta densidade o devolve ao fígado. O HDL é conhecido como o bom colesterol porque remove o excesso de colesterol e traz de volta ao fígado onde será eliminado. 
O tamanho das partículas de LDL se relaciona com alterações na concentração de triglicerídeos. Quanto mais alto os níveis de triglicerídeos maior será o predomínio das partículas pequenas de LDL.
Já os triglicérides são um tipo de gordura que o organismo utiliza para armazenar energia. As calorias ingeridas em uma refeição quando não são utilizadas imediatamente pelos tecidos, são convertidas em triglicérides e transportadas para as células adiposas para serem armazenadas. Assim, toda vez que o corpo humano precisa de energia, os hormônios libertam os triglicérides do tecido adiposo para que eles possam satisfazer as necessidades do corpo.

Causas
As dislipidemias podem ser classificadas em:
-Primária- podem ser de origem genética ou influência ambiental devido ao sedentarismo,dieta inadequada:
Colesterol: alimentos ricos em gordura saturada( manteiga, queijos amarelos, carnes gordurosas, pele de frango,sorvetes, embutidos em geral);gordura trans ( margarina, frituras em geral, biscoitos recheados, doces).
Triglicerídeos: alimentos ricos em carboidratos.
-Secundárias-  com origem em medicamentos, como diuréticos, betabloqueadores e corticosteróides como conseqüência de doenças, como o hipertiroidismo e a insuficiência renal crônica ou em situações como o alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes.
Sinais e Sintomas
Na maioria das vezes é assintomático

Consequências
Em consequência, a dislipidemia é considerada como um dos principais determinantes da ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e cerebrovasculares, dentre elas aterosclerose (espessamento e perda da elasticidade das paredes das artérias), infarto agudo do miocárdio, doença isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e AVC (derrame).

Diagnóstico
O nível ótimo de colesterol é de 200 mg/dl ou menos, limítrofe entre 200-239 mg/dl e alto acima de 240 mg/dl, o nível ótimo de LDL-colesterol deve ser igual ou abaixo de 100 mg/dl , limítrofe entre 130-159 mg/dl, e alto acima de 160 mg/dl, o nível de HDL de ser acima de 40 mg/dl e de triglicerídeos igual ou abaixo de 150 mg/dl. Os indivíduos que têm o HDL acima de 60 mg/dl estão mais protegidos das doenças cardiovasculares. Quando se divide o colesterol total pelo HDL obtemos um valor que não deve ultrapassar 4,5 para as mulheres e 4,1 para o homens. Esses são bons índices de risco. O diagnóstico da dislipidemia é realizado em função desses valores de referência.
As dislipidemias podem ser primárias devidas a causas genéticas e por influência ambiental devido à dieta inadequada e/ou sedentarismo e secundárias a algumas doenças ou fatores de risco como:

Hipotireoidismo:
eleva níveis de LDL pela diminuição do número de receptores hepáticos para LDL
Insuficiência renal crônica:
aumento dos triglicerídeos
Síndrome nefrótica:
aumento do colesterol e dos triglicerídeos
Obesidade:
aumento dos triglicerideos e redução de HDL
Fumo:
reduz HDL e oxida as LDL
Alcoolismo:
aumento dos triglicerídeos
Diabetemélito:
aumenta triglicerideos e diminui HDL
Hepatopatia:
aumento do colesterol total
Fumo:
reduz HDL e oxida as LDL
Alcoolismo:
aumento dos triglicerídeos
Diabetemélito:
aumenta triglicerideos e diminui HDL
Hepatopatia:
aumento do colesterol total

TRATAMENTO
Inúmeros trabalhos científicos mostram que a uma dieta constituída de muita gordura, colesterol, excesso de calorias e poucas fibras é o que mais eleva os lipídeos na população. Portanto a atenção à alimentação é uma da maneiras mais eficientes de reduzir e até mesmo normalizar seus níveis.

DOENÇAS CARDIVASCULARES
Como se faz o diagnóstico?
Na suspeita de alguma arritmia, após a conversa com o paciente e o exame físico, os exames complementares que podem auxiliar no diagnóstico são os seguintes:
• Eletrocardiograma: primeiro a ser realizado, por ser prático, simples e ter seu resultado imediato. Porém, esse exame só vai permitir o diagnóstico se for realizado no momento da ocorrência da arritmia, embora existam alguns dados encontrados no exame normal que podem sugerir alguns tipos específicos de arritmia. Na emergência (pronto-socorro), permite a identificação da arritmia, agilizando a indicação do tratamento.
• Holter-24 horas: esse exame é a realização de um eletrocardiograma durante 24 horas. O paciente fica com os eletrodos durante esse tempo, ligados em um aparelho que é pendurado na cintura. O paciente recebe uma ficha onde deve anotar as atividades que realizar, os sintomas que apresentar, colocando seus respectivos horários. Permite identificar muitas arritmias não visualizadas no eletrocardiograma normal bem como relacionar a arritmia aos sintomas que o paciente apresenta.
• Teste ergométrico: alguns tipos de arritmia podem ser precipitadas pelo estresse ou esforço físico. Este exame permite não só auxiliar no diagnóstico da arritmia cardíaca como podem também demonstrar outras alterações, tal como isquemia do miocárdio (“entupimento das artérias do coração). 
• Ecocardiograma: não tem a finalidade de diagnosticar a arritmia, mas serve para detectar doenças cardíacas associadas, o que é de grande importância para a avaliar o grau de risco da arritmia e consequentemente do paciente. 
• Monitor de eventos: este exame é muito semelhante ao Sistema Holter e consiste em um aparelho que é capaz de monitor e gravar as arritmias, assim que acionado, por longos períodos de tempo (normalmente 1 ou 2 semanas).

Como é feito o tratamento?
O tratamento vai depender do tipo específico de arritmia. Em alguns casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente, podendo prevenir a ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém, há a necessidade de outros tipos de tratamentos.
Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial. Ela acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, sendo um fator importante de piora da qualidade de vida do paciente e das próprias doenças. A importância dessa arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de eventos tromboembólicos tal como o acidente vascular encefálico ("derrame cerebral"). Por isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de anticoagulantes para "afinar" o sangue e diminuir o risco de formar trombos ("coágulos") dentro do coração. O tratamento para este arritmia assim como de outras deve ser orientado pelo medico especializado.
Em alguns casos de arritmias com frequência cardíaca aumentada existe a opção de um tratamento de cura e definitivo que vai substitutir o tratamento com medicações que em muitos casos podem ter necessidade de uso por toda a vida. Nestes casos podemos tratá-las através daablação por cateter.
As arritmias com frequência cardíaca baixa quando sintomáticas e perigosas podem necessitar de serem tratadas com o implante de um marcapasso.



Recomendação e/ou restrição alimentar nas dislipidemias

Restrição de alimentos ricos em colesterol: o Conselho Brasileiro sobre Dislipidemias da Sociedade Brasileira de Cardiologia estabelece 300mg/dia como quantidade máxima de ingestão de colesterol, mas há indivíduos que não sofrem influência de teores elevados do esteroide na alimentação, devido as diferenças ligadas aos vários fenótipos de apoE; número diverso de LDL-receptores nos hepatócitos e diferenças na produção de LDL.
Os vegetais não possuem na sua composição esse esteroide, é encontrado apenas nos seres do reino animal. São ricos em colesterol a gema do ovo, os miúdos (fígado, rins, coração etc.), os frutos do mar, as carnes vermelhas e a pele de animais (frango, peru, porco, coelho etc.). Portanto, na composição dietética deve-se dar preferencia às carnes magras e aos peixes. É também importante lembrar que a gema de ovo entra na manipulação de inúmeros alimentos (bolos, cremes, sorvetes etc.), o que pode ser chamado de “ovo invisível”. Uma gema de ovo de galinha tem aproximadamente 250 mg de colesterol.
Proporções de gorduras saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas:gorduras saturadas são as formadas por ácidos graxos sem duplas ligações entre os carbonos da molécula (exemplos: ácidos láurico, mirístico, esteárico e palmítico); gorduras monoinsaturadas são as que contem na composição ácidos graxos com apenas uma dupla ligação entre os carbonos (exemplo: ácido oleico); gorduras poli-insaturadas são formadas por ácidos graxos com duas ou mais duplas ligações entre os carbonos (exemplos: ácidos linoleico, araquidônico, eicosapentaenoico e docosapentaenóico).
Os ácidos graxos poli-insaturados e monoinsaturados agem no sentido oposto, isto é, determinam redução dos níveis sanguíneos de colesterol. Nesta ação foram demonstrados os seguintes efeitos: redução na síntese de colesterol endógeno; maior remoção das LDL; maior excreção fecal de esteroides e de ácidos biliares, isto é, balanço negativo de esteroides.
A dieta que deve ser feita para diminuir a colesterolemia deve ter quantidades iguais de ácidos graxos poli-insaturados e saturados. O acido linoleico é o que tem maior atividade redutora da colesterolemia e é o componente mais importante dos óleos vegetais (girassol, soja, milho, canola).
Utilização de fibras: podem ser solúveis ou insolúveis. A maior utilização das primeiras nas dietas resulta em redução da colesterolemia plasmática. Essa ação decorre de efeito sequestrador dos ácidos biliares no intestino, diminuindo seu retorno ao fígado pela circulação êntero-hepática.  São ricas em fibras solúveis algumas frutas, particularmente a maçã e frutas cítricas (ricas em pectina e certas gomas). As fibras insolúveis (celulose, hemicelulose e lignina) não atuam sobre a colesterolemia, mas aumentam a saciedade e podem contribuir para diminuir a ingestão de alimentos em dietas de emagrecimento.
Portanto, as dietas para reduzir a colesterolemia devem obedecer às seguintes normas práticas:
-conter baixo teor de ácidos graxos saturados, diminuir a ingestão de manteiga, leite integral, queijos gordurosos, carnes vermelhas, embutidos (presunto, salames, salsichas, linguiças etc.);
-conter peixes, carne de vitela, frango ou peru (sem pele);
-ser ricas em verduras, legumes e frutas (exceto coco, cacau, abacate, a não ser em quantidades muito parcimoniosas);
-empregar óleos ricos em ácido linoleico para o preparo dos alimentos;
-conter elevado teor de fibras solúveis;
-usar com moderação os substitutos das manteigas (margarinas, cremes vegetais e halvarinas).







FONTES:

http://portal.anvisa.gov.br/
http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?673
giannini,Sérgiodiogo; aterosclerose e dislipidemias/ editora BG cultural/1998

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