CÂNCER E CORAÇÃO
A maioria dos tumores do coração não tem origem no
próprio coração, pois são mais frequentemente oriundos de tumores à distância
(metastáticos). Podem atingir o coração por via hemática (a maioria) ou por via
contígua, quando se originam em tecidos vizinhos do coração e o invadem.
Qualquer tumor pode atingir estruturas do coração.
Os mais frequentes são o câncer de pulmão, de mamas, melanomas, leucemia e
linfomas. Nas autópsias encontram-se desde 1 até 20% de comprometimento do
coração pelo câncer. Nos melanomas, essa frequência chega a 60%.
Os sinais e sintomas produzidos por tumores
metastáticos no coração são semelhantes aos dos tumores benignos, mas essas
manifestações muitas vezes não são registradas, tanto pelo paciente como pelo
médico, porque as produzidas pela doença primária geralmente predominam o
quadro clínico.
A hipercoagulabilidade do sangue, uma tendência
aumentada do sangue de coagular e formar êmbolos, está aumentada em pessoas
portadores de tumores. Isso pode obstruir vasos em qualquer parte do organismo,
dependendo os sintomas dos vasos obstruídos.
Existe ainda uma tendência aumentada nos portadores
de câncer, principalmente os cânceres originados no sistema digestivo, para a
instalação de endocardite trombótica não bacteriana. Uma outra maneira do
câncer comprometer o coração são as consequências do tratamento.
A radioterapia pode comprometer as coronárias por
promover a arteriosclerose. Pode também causar dano ao músculo cardíaco,
provocando a miocardite actínica. Ao atingir o pericárdio pode provocar
pericardite. A radiação atinge tanto as células doentes como as sadias.
A quimioterapia, principalmente daqueles cânceres
que melhor respondem a esse tratamento, pode provocar dano considerável ao
coração. As consequências da quimioterapia costumam se manifestar no coração
tardiamente, quando a doença básica está curada ou em estágio paliativo
prolongado. Quem deverá pesar os prós e os contras na escolha de qualquer
tratamento e seus eventuais riscos e benefícios, é o médico responsável pelo
paciente.
Para tomar as decisões são levados em conta:
a idade do paciente,
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a existência ou não de cardiopatia prévia,
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a sensibilidade do paciente a certos medicamentos,
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as chances de resposta a esse ou aquele
medicamento.
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Todos esses dados fazem o médico decidir o que é
melhor para cada caso.
Decisões sobre:
a indicação do tipo de tratamento,
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as doses,
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as associações de terapêuticas,
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o tempo de tratamento,
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quais as drogas mais indicadas,
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São questões que uma equipe de especialistas deve
assumir. O objetivo é conseguir a cura, ou um grau maior de eficácia e
sobrevida com uma melhor qualidade de vida, sem causar danos maiores aos
diversos sistemas do paciente, inclusive o cardiovascular. É uma questão
multidisciplinar.
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