O sangue que circula no
nosso corpo está sob duas formas, o venoso e o arterial. O primeiro tem uma cor
mais escura, é o que corre pelas veias até o pulmão. No pulmão a hemoglobina do
sangue perde o gás carbônico e recebe oxigênio. Com essa troca ele se transforma
de sangue venoso em sangue arterial, que é um sangue de cor mais viva,
rutilante e que tem a função de levar oxigênio dos pulmões para todo o corpo.
Em média o sangue de
uma pessoa normal, adulta, contém de 12,5 até 15 gramas de hemoglobina. Quando
5 gramas ou mais da hemoglobina do sangue arterial estão sem oxigênio, costuma
surgir na pele ou nas mucosas uma cor azulada, denominada de cianose. Existem
três tipos de cianose, a central, a periférica e a diferencial.
A cianose central
acontece quando o sangue que vem dos pulmões para a periferia do corpo já chega
com pouco oxigênio, o que ocorre em algumas doenças do pulmão ou do coração. A
cianose periférica geralmente é provocada quando o coração não tem a capacidade
de enviar uma quantidade adequada de sangue para a periferia ou é causada por
uma lentificação local da circulação.
Ela aparece quando a
circulação do sangue nas veias periféricas, por exemplo, nas veias das mãos ou
do rosto, se torna muito lenta. O oxigênio que o sangue contém é transferido
para as células e o sangue se torna pobre em oxigênio, azulado e com isso -
onde a pele for mais delgada, nas mucosas ou nos lábios, por exemplo - aparece
uma cor azulada.
A cianose periférica em
50% dos casos desaparece colocando a parte cianótica em água morna.
A diferencial é a
cianose que aparece em alguma parte do corpo, ou só nas pernas, ou só nos
braços e geralmente é indicativa de doença congênita do coração.
O diagnóstico de
cianose e da causa dela deve ser feito pelo médico ao observar o paciente. O
diagnóstico pode ser confirmado pelo exame de sangue medindo o teor de oxigênio
e de hemoglobina.
Existem diversas causas
para cianose que vão desde a falta de oxigênio no ar inspirado até a
incapacidade da hemoglobina fixar o oxigênio. Por exemplo, nas intoxicações por
sulfas ou outros medicamentos pode surgir a cor azulada da pele.
As causas mais
freqüentes de cianose são:
Doenças cardíacas
Doenças pulmonares
Doenças circulatórias
Intoxicações
Falta de oxigênio no
ar inspirado
Exemplo de baixos
teores de oxigênio no ar inspirado é a cianose que surge nas alturas. Aos 5.400
metros de altura a oferta de oxigênio para o sangue é somente a metade da que é
oferecida ao nível do mar. Portanto, quanto mais no alto estivermos, menor a saturação
da hemoglobina e quanto mais nos aproximarmos do nível do mar, maior será a
oferta de oxigênio. Essa é a razão pela qual os alpinistas de grandes alturas
só conseguem fazer esforço recebendo um suplemento de oxigênio.
Existem mecanismos
naturais pelos quais o organismo tenta compensar a falta de oxigênio do ar
ambiente. O primeiro é a hiperventilação quando as pessoas respiram mais vezes
por minuto e mais profundamente.
No segundo, o organismo
começa a produzir mais glóbulos vermelhos, onde está a hemoglobina, e assim
permite transportar mais oxigênio para todas as células do corpo. É por esse
motivo que as pessoas que vivem em grandes altitudes, como nas cidades de La
Paz ou do México, têm normalmente taxas de hemoglobina bem maiores no sangue circulante.
A maioria dos tumores do coração não tem origem no
próprio coração, pois são mais frequentemente oriundos de tumores à distância
(metastáticos). Podem atingir o coração por via hemática (a maioria) ou por via
contígua, quando se originam em tecidos vizinhos do coração e o invadem.
Qualquer tumor pode atingir estruturas do coração.
Os mais frequentes são o câncer de pulmão, de mamas, melanomas, leucemia e
linfomas. Nas autópsias encontram-se desde 1 até 20% de comprometimento do
coração pelo câncer. Nos melanomas, essa frequência chega a 60%.
Os sinais e sintomas produzidos por tumores
metastáticos no coração são semelhantes aos dos tumores benignos, mas essas
manifestações muitas vezes não são registradas, tanto pelo paciente como pelo
médico, porque as produzidas pela doença primária geralmente predominam o
quadro clínico.
A hipercoagulabilidade do sangue, uma tendência
aumentada do sangue de coagular e formar êmbolos, está aumentada em pessoas
portadores de tumores. Isso pode obstruir vasos em qualquer parte do organismo,
dependendo os sintomas dos vasos obstruídos.
Existe ainda uma tendência aumentada nos portadores
de câncer, principalmente os cânceres originados no sistema digestivo, para a
instalação de endocardite trombótica não bacteriana. Uma outra maneira do
câncer comprometer o coração são as consequências do tratamento.
A radioterapia pode comprometer as coronárias por
promover a arteriosclerose. Pode também causar dano ao músculo cardíaco,
provocando a miocardite actínica. Ao atingir o pericárdio pode provocar
pericardite. A radiação atinge tanto as células doentes como as sadias.
A quimioterapia, principalmente daqueles cânceres
que melhor respondem a esse tratamento, pode provocar dano considerável ao
coração. As consequências da quimioterapia costumam se manifestar no coração
tardiamente, quando a doença básica está curada ou em estágio paliativo
prolongado. Quem deverá pesar os prós e os contras na escolha de qualquer
tratamento e seus eventuais riscos e benefícios, é o médico responsável pelo
paciente.
Para tomar as decisões são levados em conta:
a idade do paciente,
a existência ou não de cardiopatia prévia,
a sensibilidade do paciente a certos medicamentos,
as chances de resposta a esse ou aquele
medicamento.
Todos esses dados fazem o médico decidir o que é
melhor para cada caso.
Decisões sobre:
a indicação do tipo de tratamento,
as doses,
as associações de terapêuticas,
o tempo de tratamento,
quais as drogas mais indicadas,
São questões que uma equipe de especialistas deve
assumir. O objetivo é conseguir a cura, ou um grau maior de eficácia e
sobrevida com uma melhor qualidade de vida, sem causar danos maiores aos
diversos sistemas do paciente, inclusive o cardiovascular. É uma questão
multidisciplinar.
ARRITMIAS: são alterações do ritmo cardíaco normal.
Nas arritmias, percebe e registra alterações do
ritmo cardíaco ou da frequência. A frequência normal dos batimentos cardíacos é
de 60 até 100 ciclos, ou batidas, por minuto. Em crianças, esses números
costumam ser um pouco mais elevados. Nas alterações de ritmo cardíaco, os
batimentos apresentam alterações do tempo que decorre entre um batimento e o
outro. Pequenas alterações nesses intervalos podem ser consideradas normais. As
alterações do ritmo cardíaco ou das conduções dos estímulos podem ser letais
(morte súbita), podem ser sintomáticas (síncopes, tonturas, palpitações) ou
podem ser assintomáticas.
As arritmias podem ser assintomáticas ou
sintomáticas, dependendo da sua intensidade e da situação clínica do portador.
Corações enfermos podem tolerar menos bem uma arritmia que seria,
provavelmente, assintomática para um coração sadio.
A avaliação de algumas arritmias pode ser feita pelo
médico ao realizar um exame clínico. A maneira mais exata de comprovar e
registrar uma arritmia é por meios eletrônicos, que vão desde o
eletrocardiograma, monitores portáteis, até os equipamentos das Unidades de
Tratamento Intensivo. Existem ainda os monitores de telemetria, em que o
paciente usa um pequeno registrador unido ao seu corpo que transmite os sinais,
via rádio, a monitores centrais. Classificação das arritmias quanto a frequência
cardíaca:
Taquicardia:
É quando o coração de um adulto bate mais de 100
vezes por minuto. Quando isso acontece ao fazer esforços é normal e,
decorridos alguns minutos, esse número deve voltar a uma frequência normal.
Quando a taquicardia persiste ou está presente em repouso, pode significar
alguma alteração patológica. Convém consultar ao seu médico. Note-se que
taquicardia não é sinônimo de ataque cardíaco.
Bradicardia:
É quando o coração bate menos de 60 vezes por
minuto. Isso em pessoas em boa forma física até pode ser normal. Com frequências
cardíacas abaixo de 60 por minuto, mesmo que seja uma manifestação
transitória, é conveniente que um cardiologista seja consultado.
Classificação das Arritmias quanto às alterações de
ritmo:
Os batimentos cardíacos são normalmente originados
em um foco localizado na aurícula direita, denominado nódulo sinusal. Os
estímulos elétricos lá gerados descem até um nódulo localizado na junção das
aurículas com os ventrículos. Lá a condução do estímulo sofre um pequeno
retardo (para dar tempo que as aurículas se contraiam antes dos ventrículos).
De lá o estímulo segue para os ventrículos, através de um sistema condutor que
tem dois feixes, um para cada ventrículo, provocando a sua contração, que é denominada
sístole. O período de tempo em que o coração não está em contração denomina-se
diástole e é o período de repouso do músculo cardíaco.
Os estímulos cardíacos normais são produzidos no
nódulo sinusal localizado na aurícula direita e desencadeiam as contrações,
batidas, do coração, denominadas de sístoles. Quando esse nódulo não está
ativo, por doença, por exemplo, muitas outras células do coração, localizadas
em diferentes partes do coração, podem originar estímulos elétricos capazes de
desencadear as batidas cardíacas. Esses batimentos originados nessas outras
células são denominados de extra-sístoles, que podem ocorrer mesmo estando o
nódulo sinusal ativo. As extra-sístoles produzem arritmias que nem sempre são
percebidas pelos acometidos.
Podemos ter extra-sístoles originadas nas aurículas,
nos ventrículos, bem como nos nódulos sinusal e átrio-ventricular, que podem
superar e dominar os estímulos normalmente lá gerados. As extra-sístoles
costumam ser seguidas de um período de repouso (diástole) mais prolongado. As
extra-sístoles podem ser unifocais ou multifocais, dependendo dos diferentes
lugares em que são geradas.
As extra-sístoles nem sempre são indicadoras de
doença do coração, porém, se forem percebidas, é conveniente que um
cardiologista seja consultado. As extrassístoles costumam acontecer
aleatoriamente em relação às sístoles normais. Se mantiverem uma regularidade,
se acontecer uma extra-sístole após cada sístole normal chama-se isto de
bigeminismo, se elas acontecerem sempre depois de duas sístoles normais, fala-se
em trigeminismo. Extra-sistoles podem acontecer esporadicamente, considera-se
que até dez por minuto nem sempre seja uma manifestação de doença cardíaca.
Fibrilação:
Existe a auricular e a ventricular, dependendo de
onde se originam os batimentos. A fibrilação auricular é a arritmia crônica
mais encontrada. Na auricular os estímulos podem ter uma frequência de até
600 batimentos por minuto. Desses estímulos somente alguns chegam a provocar
contrações dos ventrículos, uma frequência tão elevada não seria compatível
com a sobrevida das pessoas acometidas. Já a fibrilação ventricular é mais
grave por só ser tolerada se for de curta duração. O coração não é capaz de
manter a circulação eficaz se a frequência cardíaca for muito elevada. O
tratamento é medicamentoso ou por cardioversão.
Flutter auricular:
É uma arritmia em que em um foco ectópico das
aurículas se origina de 250 a 350 estímulos por minuto, e em que de cada dois
ou três, ou quatro estímulos um passa aos ventrículos. O tratamento é
medicamentoso ou por cardioversão.
Parada cardíaca:
É quando o coração pára de se contrair. Se a
parada for de curta duração pode não ser percebida; se for de maior duração
pode provocar tonturas, sincope e até morte súbita. Quando o coração pára de
bater por alguns minutos, desencadeiam-se alterações nos órgãos mais
sensíveis à falta de oxigênio. Desses o mais sensível é o sistema nervoso.
Assim pode o coração voltar à atividade, espontaneamente ou por medidas
médicas. Contudo, as alterações neurológicas já estabelecidas provavelmente
serão irreversíveis.
Palpitações:
O sentir dos batimentos cardíacos denomina-se de
palpitações. Normalmente o bater do coração não é percebido ou sentido pelas
pessoas. Em certas situações de tensão ou de esforço, podemos perceber que o
coração “está “batendo” no peito ou no pescoço, o que não significa
necessariamente a existência de uma doença.
Do mesmo modo, as extra-sístoles também podem ser
notadas ou não pelas pessoas que as apresentam.
A melhor maneira de registrar uma arritmia é através
do eletrocardiograma.
Na dislipidemia há alteração dos níveis séricos dos
lipídeos. As alterações do perfil lipídico podem incluir colesterol total alto,
triglicerídeos (TG), colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo (HDL-c)
e níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade(LDL-c).
De acordo com o tipo de alteração dos níveis séricos de lipídeos, a
dislipidemia é classificada como: hipercolesterolemiaisolada,
hipertrigliceridemia isolada, hiperlipidemia mista e HDL-c).
A grande maioria do colesterol que temos circulando no sangue é fabricado pelo
fígado. Só cerca de 30% vem da dieta, principalmente dos alimentos de origem
animal (carnes vermelhas gordas, ovos, manteiga, queijos amarelos, etc.). As
gorduras da dieta, sobretudo as gorduras saturadas influenciam os níveis de
colesterol. Todas as gorduras são a mistura de ácidos graxos saturados,
monoinsaturados e poliinsaturados. O que varia é a porcentagem de cada um
desses ácidos graxos. Os ácidos graxos saturados e as gorduras trans elevam os
níveis de colesterol ruim no sangue.
O LDL-colesterol , lipoproteína de baixa
densidade também conhecida como mau colesterol ou colesterol ruim transporta o
colesterol do fígado para o sangue e para os tecidos. A outra, HDL-colesterol
ou seja, lipoproteína de alta densidade o devolve ao fígado. O HDL é conhecido
como o bom colesterol porque remove o excesso de colesterol e traz de volta ao
fígado onde será eliminado.
O tamanho das partículas de LDL se relaciona com alterações na concentração de
triglicerídeos. Quanto mais alto os níveis de triglicerídeos maior será o
predomínio das partículas pequenas de LDL.
Já os triglicérides são um tipo de gordura que o organismo utiliza para
armazenar energia. As calorias ingeridas em uma refeição quando não são
utilizadas imediatamente pelos tecidos, são convertidas em triglicérides e
transportadas para as células adiposas para serem armazenadas. Assim, toda vez
que o corpo humano precisa de energia, os hormônios libertam os triglicérides
do tecido adiposo para que eles possam satisfazer as necessidades do corpo.
Causas As dislipidemias podem ser classificadas em: -Primária- podem ser de origem genética
ou influência ambiental devido ao sedentarismo,dieta inadequada:
Colesterol: alimentos ricos em gordura saturada( manteiga, queijos amarelos, carnes
gordurosas, pele de frango,sorvetes, embutidos em geral);gordura trans
( margarina, frituras em geral, biscoitos recheados, doces).
Triglicerídeos: alimentos ricos em
carboidratos.
-Secundárias- com origem em medicamentos, como diuréticos,
betabloqueadores e corticosteróides como conseqüência de doenças, como o
hipertiroidismo e a insuficiência renal crônica ou em situações como o
alcoolismo e uso de altas doses de anabolizantes.
Sinais
e Sintomas Na
maioria das vezes é assintomático
Consequências
Em consequência, a dislipidemia é considerada como um dos principais
determinantes da ocorrência de doenças cardiovasculares (DCV) e
cerebrovasculares, dentre elas aterosclerose (espessamento e perda da
elasticidade das paredes das artérias), infarto agudo do miocárdio, doença
isquêmica do coração (diminuição da irrigação sanguínea no coração) e AVC
(derrame).
Diagnóstico
O nível ótimo de colesterol é de 200 mg/dl ou menos,
limítrofe entre 200-239 mg/dl e alto acima de 240 mg/dl, o nível ótimo de
LDL-colesterol deve ser igual ou abaixo de 100 mg/dl , limítrofe entre 130-159
mg/dl, e alto acima de 160 mg/dl, o nível de HDL de ser acima de 40 mg/dl e de
triglicerídeos igual ou abaixo de 150 mg/dl. Os indivíduos que têm o HDL acima
de 60 mg/dl estão mais protegidos das doenças cardiovasculares. Quando se
divide o colesterol total pelo HDL obtemos um valor que não deve ultrapassar
4,5 para as mulheres e 4,1 para o homens. Esses são bons índices de risco. O diagnóstico
da dislipidemia é realizado em função desses valores de referência.
As dislipidemias podem ser primárias devidas a
causas genéticas e por influência ambiental devido à dieta inadequada e/ou
sedentarismo e secundárias a algumas doenças ou fatores de risco como:
Hipotireoidismo:
eleva níveis de LDL pela diminuição do número de receptores hepáticos para LDL Insuficiência renal
crônica:
aumento dos triglicerídeos Síndrome
nefrótica:
aumento do colesterol e dos triglicerídeos Obesidade:
aumento dos triglicerideos e redução de HDL Fumo:
reduz HDL e oxida as LDL Alcoolismo:
aumento dos triglicerídeos Diabetemélito:
aumenta triglicerideos e diminui HDL Hepatopatia:
aumento do colesterol total Fumo:
reduz HDL e oxida as LDL Alcoolismo:
aumento dos triglicerídeosDiabetemélito:
aumenta triglicerideos e diminui HDL Hepatopatia:
aumento do colesterol total
TRATAMENTO
Inúmeros trabalhos científicos mostram que a uma
dieta constituída de muita gordura, colesterol, excesso de calorias e poucas
fibras é o que mais eleva os lipídeos na população. Portanto a atenção à
alimentação é uma da maneiras mais eficientes de reduzir e até mesmo normalizar
seus níveis.
DOENÇAS
CARDIVASCULARES
Como
se faz o diagnóstico?
Na suspeita de alguma arritmia, após a conversa com
o paciente e o exame físico, os exames complementares que podem auxiliar no
diagnóstico são os seguintes:
• Eletrocardiograma:
primeiro a ser realizado, por ser prático, simples e ter seu resultado
imediato. Porém, esse exame só vai permitir o diagnóstico se for realizado no
momento da ocorrência da arritmia, embora existam alguns dados encontrados no
exame normal que podem sugerir alguns tipos específicos de arritmia. Na
emergência (pronto-socorro), permite a identificação da arritmia, agilizando a
indicação do tratamento.
• Holter-24
horas: esse exame é a realização de um eletrocardiograma
durante 24 horas. O paciente fica com os eletrodos durante esse tempo, ligados
em um aparelho que é pendurado na cintura. O paciente recebe uma ficha onde
deve anotar as atividades que realizar, os sintomas que apresentar, colocando
seus respectivos horários. Permite identificar muitas arritmias não
visualizadas no eletrocardiograma normal bem como relacionar a arritmia aos
sintomas que o paciente apresenta.
• Teste
ergométrico: alguns tipos de arritmia podem
ser precipitadas pelo estresse ou esforço físico. Este exame permite não só
auxiliar no diagnóstico da arritmia cardíaca como podem também demonstrar
outras alterações, tal como isquemia do miocárdio (“entupimento das artérias do
coração).
• Ecocardiograma:
não tem a finalidade de diagnosticar a arritmia, mas serve para detectar
doenças cardíacas associadas, o que é de grande importância para a avaliar o
grau de risco da arritmia e consequentemente do paciente.
• Monitor
de eventos: este exame é muito semelhante ao Sistema Holter e consiste
em um aparelho que é capaz de monitor e gravar as arritmias, assim que
acionado, por longos períodos de tempo (normalmente 1 ou 2 semanas).
Como
é feito o tratamento?
O tratamento vai depender do tipo específico de
arritmia. Em alguns casos, o uso de medicação antiarrítmica é suficiente,
podendo prevenir a ocorrência de novos episódios arrítmicos. Em outros, porém,
há a necessidade de outros tipos de tratamentos.
Existe uma arritmia bastante comum na população, a fibrilação atrial. Ela
acomete principalmente indivíduos com doenças cardíacas prévias, sendo um fator
importante de piora da qualidade de vida do paciente e das próprias doenças. A
importância dessa arritmia é o seu potencial para predispor à ocorrência de
eventos tromboembólicos tal como o acidente vascular encefálico ("derrame
cerebral"). Por isso, esses pacientes fazem uso, além do antiarrítmico, de
anticoagulantes para "afinar" o sangue e diminuir o risco de formar
trombos ("coágulos") dentro do coração. O tratamento para este
arritmia assim como de outras deve ser orientado pelo medico especializado.
Em alguns casos de arritmias com frequência cardíaca aumentada existe a opção
de um tratamento de cura e definitivo que vai substitutir o tratamento com
medicações que em muitos casos podem ter necessidade de uso por toda a vida.
Nestes casos podemos tratá-las através daablação por cateter.
As arritmias com frequência cardíaca baixa quando sintomáticas e perigosas
podem necessitar de serem tratadas com o implante de um marcapasso.
Recomendação e/ou restrição alimentar nas
dislipidemias
Restrição de
alimentos ricos em colesterol: o Conselho Brasileiro sobre Dislipidemias da
Sociedade Brasileira de Cardiologia estabelece 300mg/dia como quantidade máxima
de ingestão de colesterol, mas há indivíduos que não sofrem influência de
teores elevados do esteroide na alimentação, devido as diferenças ligadas aos
vários fenótipos de apoE; número diverso de LDL-receptores nos hepatócitos e
diferenças na produção de LDL.
Os vegetais não
possuem na sua composição esse esteroide, é encontrado apenas nos seres do
reino animal. São ricos em colesterol a gema do ovo, os miúdos (fígado, rins,
coração etc.), os frutos do mar, as carnes vermelhas e a pele de animais
(frango, peru, porco, coelho etc.). Portanto, na composição dietética deve-se
dar preferencia às carnes magras e aos peixes. É também importante lembrar que
a gema de ovo entra na manipulação de inúmeros alimentos (bolos, cremes,
sorvetes etc.), o que pode ser chamado de “ovo invisível”. Uma gema de ovo de
galinha tem aproximadamente 250 mg de colesterol.
Proporções de
gorduras saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas:gorduras saturadas são
as formadas por ácidos graxos sem duplas ligações entre os carbonos da molécula
(exemplos: ácidos láurico, mirístico, esteárico e palmítico); gorduras monoinsaturadas
são as que contem na composição ácidos graxos com apenas uma dupla ligação
entre os carbonos (exemplo: ácido oleico); gorduras poli-insaturadas são
formadas por ácidos graxos com duas ou mais duplas ligações entre os carbonos
(exemplos: ácidos linoleico, araquidônico, eicosapentaenoico e
docosapentaenóico).
Os ácidos graxos
poli-insaturados e monoinsaturados agem no sentido oposto, isto é, determinam
redução dos níveis sanguíneos de colesterol. Nesta ação foram demonstrados os
seguintes efeitos: redução na síntese de colesterol endógeno; maior remoção das
LDL; maior excreção fecal de esteroides e de ácidos biliares, isto é, balanço
negativo de esteroides.
A dieta que deve ser
feita para diminuir a colesterolemia deve ter quantidades iguais de ácidos graxos
poli-insaturados e saturados. O acido linoleico é o que tem maior atividade
redutora da colesterolemia e é o componente mais importante dos óleos vegetais
(girassol, soja, milho, canola).
Utilização de fibras: podem ser solúveis ou insolúveis. A maior
utilização das primeiras nas dietas resulta em redução da colesterolemia
plasmática. Essa ação decorre de efeito sequestrador dos ácidos biliares no
intestino, diminuindo seu retorno ao fígado pela circulação êntero-hepática. São ricas em fibras solúveis algumas frutas,
particularmente a maçã e frutas cítricas (ricas em pectina e certas gomas). As
fibras insolúveis (celulose, hemicelulose e lignina) não atuam sobre a
colesterolemia, mas aumentam a saciedade e podem contribuir para diminuir a
ingestão de alimentos em dietas de emagrecimento.
Portanto, as dietas
para reduzir a colesterolemia devem obedecer às seguintes normas práticas:
-conter baixo teor
de ácidos graxos saturados, diminuir a ingestão de manteiga, leite integral,
queijos gordurosos, carnes vermelhas, embutidos (presunto, salames, salsichas,
linguiças etc.);
-conter peixes, carne de vitela, frango ou peru (sem pele);
-ser ricas em verduras, legumes e frutas (exceto coco, cacau, abacate, a não
ser em quantidades muito parcimoniosas);
-empregar óleos ricos em ácido linoleico para o preparo dos alimentos;
-conter elevado teor de fibras solúveis;
-usar com moderação os substitutos das manteigas (margarinas, cremes vegetais e
halvarinas).